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Localizado
na praia mais privilegiada da cidade, o porto da barra, o Santa
Maria é mais um dos muitos fortes erguidos pela coroa portuguesa
para proteger a cidade de invasores. Tem ao seu lado esquerdo o
forte de Santo Antônio (farol da Barra) e a direita o forte
São Diogo, sendo propositalmente colocado ai no meio dos
dois para possibilitar ataques em fogo cruzado e dificultar a chegada
em terra das embarcações inimigas.
A
sua construção data de 1614 com design do consagrado
engenheiro Francisco de Frias da Mesquita, também responsável
pela arquitetura dos fortes São Diogo e São Marcelo
aqui em Salvador, e de diversas outras fortificações
espalhadas pelo Brasil. Tem como características marcantes
o seu formato heptagonal, com quatro ângulos diferentes e
três reentrantes, arquitetura inspirada naquelas da Itália,
estrutura em pedra e cal e o revestimento de telhas na fachada sul
(tratamento impermeabilizante típico de sobrados baianos
durante o período colonial).
Nesses
longos anos de existência já presenciou muita coisa.
Ainda não estava lá quando Tomé de Souza desembarcou
em 1549, mas prestou serviços a cidade quando a Companhia
das Índias Ocidentais tentou ocupar Salvador pela segunda
vez, em 1638, ajudando a botar o comandante das forças neerlandesas,
o Conde Maurício de Nassau, pra correr. Além disso,
foi ocupado pelos revoltosos durante a Sabinada (1837-1838).
Hoje,
de propriedade da União, o Forte de Santa Maria não
está mais munido para afastar intrusos à Baía
de Todos os Santos. Foi tombado pelo Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional a partir de 1938 e
lhe resta apenas presenciar diariamente às incansáveis
seqüências de saltos ornamentais de jovens que se lançam
nas águas do porto e a longa salva de palmas da população
que sempre ocorre quando o sol encerra os seus trabalhos do dia.
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