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Ainda
que não tenha sido por decreto e sim por opção,
Senhor do Bonfim tornou-se o padroeiro dos Baianos. Essa história
de amor e devoção teve início em 1745 com a
chegada na Igreja da Penha de uma imagem de Cristo vinda de Portugal.
Tanto na sua chegada quanto na transferência para sua própria
Igreja em 1754, a imagem foi acompanhada de perto por uma grande
quantidade de devotos dando início a uma procissão
que vigora até hoje - a Lavagem do Bonfim.
Toda
segunda quinta-feira depois do dia de Reis, milhares de pessoas
unem-se para homenageá-lo num cortejo que cruza a cidade
baixa. Saindo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição
os fiéis seguem de pé até o alto da colina
sagrada onde, finalmente, centenas de Baianas lavam a escadaria
da Igreja com a água perfumada que trouxeram durante a caminhada.
Tamanha
é a procissão que com o passar dos anos foram sendo
introduzidos rituais não tão santificados (regados
de muita cerveja e música) numa espécie de preparação
para a festa de momo que sempre lhe sucede. Chegou a tornar-se um
dia de carnaval de fato, com trios nas ruas, mais não se
sabe se por consciência pesada ou inviabilidade financeira
diminuíram-se as festanças, que hoje já não
contam mais com os trios.
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E
não é só a lavagem que faz sucesso. As fitinhas
coloridas que servem como lembrança de visita a Igreja e
concedem aos devotos o direito a 3 pedidos (um pra cada nó)
estão hoje espalhadas pelo mundo, não só na
sua forma e função original mais também adornando
e estampando bolsas, cangas, sandálias ...etc.
Ou
seja - o Senhor do Bonfim extrapola os limites do catolicismo ou
qualquer definição que lhe venha a ser atribuído
- além de protetor, ele é embaixador da Bahia mundo
afora, encarnação de oxalá no candomblé,
idolatrado por políticos de todos os partidos e espiritualidades,
sinônimo de tradição e modernidade capaz de
emocionar e salvar multidões com seus poderes milagrosos.
Conheça,
através destas fotos, a colina, a lavagem, as fitinhas e
os devotos do Nosso Senhor do Bonfim da Bahia.
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