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Numa
cidade banhada por água de todos os lados, não poderia
deixar de existir um dia exclusivo em homenagem a este elemento-
homenagem esta que é prestada através da imagem de
sua mãe, a rainha das águas, Yemanjá. Afinal
foi o mar que primeiro trouxe os navegadores europeus, a coroa portuguesa,
e que fez o comércio soteropolitano prosperar e a cidade
crescer. E ainda é o mar o local de onde muitos tiram seu
sustento e que ajuda a cidade atrair milhões de turistas
a cada ano. Nada mais justo então que a cada ano, no dia
02 de Fevereiro, milhares de devotos parem para agradecer um pouco
a fertilidade e proteção que tiveram e pedir por uma
boa pescaria e águas calmas nos dias que estão por
vir.
As
manifestações de agradecimento têm o seu epicentro
no bairro do Rio Vermelho, no mesmo local onde foi instalada a primeira
colônia de pescadores da cidade e onde se encontra a Casa
de Yemanjá (antiga casa do Peso). É lá onde,
durante todo o dia, adeptos do candomblé, turistas e devotos
(vestidos de branco) formam longas filas para depositar seus presentes
- pentes, espelhos, sabonetes, perfumes, flores, jóias (tudo
aquilo que possa agradar a uma mulher vaidosa)- em balaios que no
fim da tarde são levados em barcos num cortejo até
o ponto onde finalmente são arriados para que afundem e alcancem
a mãe de todos os orixás.
Mas
como tudo na cidade, este que é o único grande festejo
religioso oriundo do candomblé, e não da Igreja Católica,
acaba transformando-se em um dia de festa repleto de musicalidade
e alegria. Dezenas de manifestações culturais e artísticas
acontecem nas ruas do bairro com rodas de capoeira , cortejos, contando
com a presença marcante do tradicional bloco Filhos de Ghandy.
Por
isso o dia 2 de Fevereiro é um dia sagrado e dos mais importantes
no calendário da cidade. Um dia de muita fé, festa
e alegria - na terra e no mar.
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